Durante palestra, foi abordado que o uso deve acontecer da forma correta e que o produto deve ser autorizado pela Anvisa

A Policlínica Estadual de Goianésia realizou uma palestra para os pacientes sobre plantas medicinais. A atividade educativa foi conduzida pelo farmacêutico Jeremias Pinto Lustosa Júnior. O profissional explicou que embora naturais e isentos de prescrição médica, as plantas medicinais não estão livres de Reações Adversas ao Medicamento (RAM).

“Como qualquer medicamento, o mau uso de fitoterápicos pode ocasionar problemas à saúde, como: alterações na pressão arterial; problemas no sistema nervoso, fígado e rins, que podem levar a internações hospitalares e até mesmo à morte, se a planta for usada de modo incorreto”, disse.

O profissional comentou que existe a crença popular de que ‘um produto natural, se bem não fizer, mal não vai fazer’, mas reforçou que a afirmação não é verdadeira, e é ainda mais preocupante para fitoterápicos irregulares, pois podem, estar contaminados com microrganismos, substâncias tóxicas ou mesmo com medicamentos sintéticos.

“A planta é um ser vivo e por isso pode sofrer influências da natureza onde cresceu, o que é determinante na presença de contaminantes e na produção de suas substâncias ativas. O mesmo pode ocorrer durante as etapas de limpeza, secagem, armazenamento e produção do fitoterápico”, afirmou.

De acordo com o farmacêutico, produtos naturais são uma importante ferramenta para o processo de cura humana. “A fitoterapia é usada pela humanidade há anos para tratamento de diversas doenças, e, quando utilizada da forma correta, pode auxiliar de forma segura, eficaz e com qualidade. Assim, é fundamental que o uso de fitoterápicos aconteça da forma correta, e isso começa com a garantia de se estar utilizando um produto regularizado, ou seja, autorizado pela Anvisa”, frisou.

O uso das plantas medicinais é grande, principalmente em virtude do custo, que é menor que o dos medicamentos encontrados nas farmácias. Além disso, muitas pessoas utilizam essas plantas com a falsa ideia de que elas apresentam risco menor quando comparadas aos medicamentos. “Esse é um problema extremamente grave, pois algumas plantas utilizadas tradicionalmente nunca foram alvo de estudos toxicológicos e, mesmo assim, continuam sendo utilizadas. Além dessa errônea ideia, há ainda a noção de que seu uso não apresenta riscos porque elas são utilizadas há centenas de anos e por várias pessoas sem causar nenhum dano”, revelou Jeremias Júnior.

Os fitoterápicos são produtos que passaram por estudos em laboratório, que atestaram sua eficácia e segurança. Os medicamentos fitoterápicos são produtos industrializados e devem ser adquiridos nas farmácias. “É importante salientar que, tanto os remédios caseiros, quanto os produtos industrializados agem no corpo devido à presença de substâncias químicas ativas, que são extraídas da planta durante a preparação. É importante lembrar que os constituintes das plantas medicinais e dos fitoterápicos podem interagir com alimentos, medicamentos ou mesmo com exames laboratoriais. Assim, essas informações devem ser buscadas antes de utilizar o produto”, finalizou o palestrante.

Fonte: Diário da Manhã